sexta-feira, 22 de junho de 2012

Um ofício insalubre

Lecionar no sistema público de ensino da próspera Bélgica - sim, na terra de Hergé! - é tarefa para poucos valentes: sem nervos de aço e paixão sobre-humana pelo métier, é impossível ao professor exercer seu ofício com dignidade. É o que nos revela, de modo perturbador, Charlotte Charpot em seu Madame, vous êtes une prof de merde, disponível em version poche pela J´ai lu.


Sobre o livro, o Figaro escreveu: Charlotte Charpot nous livre un témoignage cru sur une école en perdition. De fato, o jornal não exagerava. Ao lermos o impactante testemunho desta desiludida profissional do magistério, somos confrontados com uma realidade infernal: alunos insolentes, pais insuportáveis, estrutura administrativa cada vez mais deficitária, indiferença dos agentes superiores, inexistência de qualquer apoio das entidades representativas da classe, descaso das autoridades governamentais e toda a sorte de violências. Diante de tal panorama, ser professor é viver sempre em apuros. 


Charpot não poupa ninguém em seu desabafo. Com muito sarcasmo, a autora relata seu calvário particular nos subúrbios de Bruxelas, trazendo às nossas retinas o que de pior o ser humano pode fazer entre os muros da escola. Ao final, o tocante lamento de Charpot sobre o presente, nos lança a desconfortante questão: com o que temos hoje, o que poderemos esperar do futuro?




Madame, vous êtes une prof de merde!
Charlotte Charpot
J´ai lu        

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sites Interessantes para quem estuda Francês



Internet constitue indubitablement une des principales innovations ayant vu le jour au XXe siècle. Il n´est plus guère de domaines de la vie courante, professionnels, privés ou de loisirs, qui échappent à son influence. L´apprentissage des langues n´est pas épargné par cette vague de fond, et les ressources en ligne permettant d´aider cet apprentissage se multiplient de manière exponentielle, au point qu´il est souvent difficile de s´y retrouver...

François Mangenot
 Élisabeth Louveau 



Uma grande amiga e parceira nossa, a Profa Tania Iorillo, traz em seu site grandes indicações virtuais para o estudante internauta de FLE. Com ligeiros comentários sobre cada página recomendada, Tania fornece ao grande público preciosas informações. Confira: 






Le Français dans le Monde


Publicada bimestralmente pela Fédération Internationale des Professeurs de Français, a revista Le Français dans le Monde é um dos grandes veículos de difusão da cultura da língua francesa no mundo. Sua página na internet traz, além da integralidade da versão impressa da revue atualidades, artigos, suplementos pedagógicos e uma ampla divulgação de cursos e eventos de formação destinados à estudantes e professores de francês em todos os continentes.


Institut Français


Goethe-Institut dos franceses e dos francófonos, o Institut Français é uma entidade governamental com a missão de promover a cultura da língua francesa pelo mundo. Através de seu site é possível ficar por dentro de todos os projetos e eventos de âmbito científico ou artístico realizados pelo instituto em todos os continentes. Para quem deseja estudar ou trabalhar na França o site do Institut Français, com suas informações pontuais, é referência obrigatória.


Organisation Internationale de la Francophonie


A Organisation Internationale de la Francophonie é a entidade supra-nacional que reúne e representa toda a comunidade dos povos falantes de francês. O site desta importante organização oferece ao internauta estudos estratégicos, informações sobre eventos, documentos e recursos pedagógicos para professores e alunos de francês.


Bibliothèque nationale de France


A Bibliothèque nationale de France é atração obrigatória para quem, estando na França, ama literatura e a cultura do livro. Seu site permite um mergulho digital pelo seu maravilhoso acervo, além do acesso à agenda de conferências e eventos realizados pela instituição. O projeto Le Cercle Littéraire de la BnF traz continuamente entrevistas com grandes nomes da cena literária francesa, disponibilizadas livremente aos internautas.


Gallica


Gallica é uma imensa biblioteca virtual com acervo impressionante. Manuscritos, mapas, letras de música, partituras, obras raras, revistas e jornais antigos podem ser conferidos de modo simples e descomplicado. É uma ferramenta incrível para pesquisadores e sedentos por saber.


Premiere


Para quem deseja aproveitar o que de melhor os palcos parisienses oferecem, a seção "Espetáculos" da célebre revista Premiere traz uma agenda constantemente atualizada. Dos grandes musicais ao teatro de repertório, da ópera às montagens contemporâneas, o guia cultural de Premiere traz um amplo roteiro cultural pelas atrações da Cidade Luz.


Monsieur Photo


Galeria virtual com trabalhos de grandes nomes da Fotografia do século XX, tais como Robert Doisneau, André Kertész, Man Ray, Jeanloup Sieff e Henri-Cartier Bresson. Além de ver as reproduções fotográficas dos mestres e obter informações pontuais sobre a vida e o estilo de cada fotógrafo elencado, o internauta pode participar dos debates online promovidos pelo site.


TF1


Site do canal de televisão TF1, um dos mais populares da França. O internauta pode assistir gratuitamente às reapresentações dos programas, acompanhar o noticiário, divertir-se com jogos online e fazer compras.


Le Monde


Um dos mais importantes e conhecidos jornais do mundo, Le Monde possui um dos sites jornalísticos mais interessantes da Internet, com acesso livre a praticamente todo o seu conteúdo (notícias, artigos, reportagens e entrevistas). Mantendo em seus quadros grandes expoentes do jornalismo francês, Le Monde constitui uma grande referência para quem deseja adquirir um conhecimento mais apropriado e crítico da realidade francesa contemporânea.


Paroles et Clip de Chanson Francaise


Videoclipes, karaokês online e arquivos MP3 dos artistas que fazem a cena musical francófona e internacional, com acesso livre e descomplicado. Dos grandes nomes do passado ao panorama atual, Paroles et Clip de Chanson Francaise permite uma bela incursão pela música popular em francês.


Louvre


Tão instigante quanto ver um catálogo do Louvre é navegar pelo site oficial do museu que é um dos orgulhos dos franceses. Com um design bastante atrativo, o site traz informações sobre o acervo, as exposições temáticas e os eventos educativos promovidos pelo museu.


Jeux pour Enfants


A criançada vai adorar este site premiado com o Web d´Or em 2002. De modo inteiramente gratuito o internauta mirim pode se divertir e aprender baixando jogos ou jogando conectado.




A citação de F. Mangenot e É. Louveau abre o avant-propos de Internet et la Classe de Langue, publicação da CLE International, dentro de sua coleção Techniques et Pratiques de Classe.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sabendo Francês podemos ser felizes


Ignacio de Loyola Brandão


Não me considerem esnobe, exibido. Mascarado, como se dizia na minha infância. Não usam mais a palavra? Tão atual. O que há de gente mascarada no mundo. Vou dizer o óbvio. Para desfrutar melhor Paris, a Provence celebrada, e outros, sabendo francês, os prazeres multiplicam-se por cem, o desfrute por duzentos, a alegria por quinhentos. Mesmo que você tenha ido apenas para fazer compras, como a maioria dos brasileiros, que pedem descontos em português mesmo e em altos brados (ou em brado retumbante), vale a pena aprender francês.



O parisiense muda quando você se dirige a ele na sua língua, ainda que precariamente, como eu. Quem não gosta de uma pessoa que chega e você percebe o esforço que ela faz para se expressar em sua língua natal? Assim, vale a pena aprender francês para poder caminhar à vontade em Paris deixando-se envolver por ela, sabendo um pouco mais.


Claro, o francês não é importante apenas por isso. Mas já é um enorme handicap. Há as revistas, os milhares de livros traduzidos do mundo inteiro, o cinema, a música, até a facilidade nas compras. Só poder ler a gigantesca coleção La Pléiade (projeto de uma vida) no original é uma bênção, raras vezes igualada. Ou os fólios, delicados, sensuais? Hoje estamos aprendendo apenas o que o mercado chama de línguas úteis, como o inglês, o japonês, o mandarim. Mandarim? (Eu lá quero falar chinês?) Para vencermos na vida? Nos tornarmos empreendedores? Sermos alguém? Mas o que é ser alguém? Tudo tem de ter aplicação prática? Se é assim, acabemos com o ensino brasileiro, ele não leva a nada, do jeito que está estruturado.


Há na nossa vida algo que é preciso preencher. Uma necessidade interior de espírito, contemplação do mundo, da vida, avaliação das coisas. Encarar a existência como algo que precisa de alimento. Foram eliminando as línguas de todos os cursos, a não ser alguns muito especializados. Tive no ginásio português, inglês, francês, latim e espanhol e posso dizer que isso me ajudou. Mas vieram deletando tudo, como se diz. E o francês se foi por meio de ministros que só pensam em política. O atual quer a Prefeitura de São Paulo, imaginem. Nem administrou direito o Enem.


A primeira palavra que aprendi em francês foi: nous. Estava no primeiro ano do ginásio. Tínhamos aulas de francês desde o primeiro dia com mademoiselle Fanny, uma graça de pessoa. Perguntamos: "Por que a senhora começou com o nous, que significa nós, e não com o je, que quer dizer eu?" Ela sacudiu o dedo: "O nous somos todos, é o coletivo, a classe. O je é muito individualista." Esses eram os professores que tínhamos. Jamais dona Fanny falou em português na aula. Nos virávamos para saber o que ela queria dizer. Ela sabia conduzir a lição, de maneira que descobríamos os significados e as pronúncias às vezes sutis do francês, língua tão poética, sensível, cheia de nuances, e ao mesmo tempo incisiva. Dificuldades terríveis para


diferenciar Anne (Ana) de âne (asno). A professora insistia, queria a perfeição. Nesta minha idade, penso, dia desses entrar para a Aliança Francesa a fim de aperfeiçoar minha precariedade.


Donna Fanny ainda está lá em Araraquara. Até algum tempo atrás, quando eu a encontrava na rua, ela me dizia, como sempre disse ao entrar na classe:


— Bonjour, mon enfant!


— Bonjour, madame.


— Mademoiselle, mademoiselle...


Ria, afetuosa. Aos 14 anos estávamos lendo Alexandre Dumas no original. Não era fácil, mas a gente acabava gostando, se imaginava na França. Também Victor Hugo, Lamartine, Chateaubriand, depois Balzac, Flaubert, Stendhal. Hoje chegaríamos a Le Clézio, Houellebecq, Jonathan Littell, Georges Perec. Aos 16 tivemos acesso a Jaques Prévert, que deslumbramento! A poesia entrava em nós por meio de Aragon, Paul Valéry, Verlaine, e, claro Rimbaud e Baudelaire, o maldito. Também Céline, complicado, Camus, os romances de Sartre, um pouco de Proust (eu mantinha a tradução do Quintana do lado). Toda semana, nos anos 50, havia um filme francês no cinema. Fanny insistia para que fôssemos. Não era exigir muito, sabíamos que algumas estrelas francesas como Martine Carol, Claudine Dupuis e Françoise Arnoul mostravam os peitinhos, era um avanço na nossa vida sexual. Mas havia Arlety, Edwige Feuillère, Maria Casarés, soberbas. E Gerard Philippe, jamais substituído. Hoje minhas paixões são Juliette Binoche, Irene Jacob, Marion Cotillard. Por outro lado, descobrimos os filmes de Marcel Carné, de René Clair, André Cayatte, Jean Delannoy, Robert Bresson, clássicos. Depois, digerimos toda nouvelle vague, que mudou a linguagem do cinema.


Nós, que aprendemos francês, tivemos sempre algo mais dentro de nós. De coisas pequenas e grandes. Não estou aqui para fazer lista e apenas para insistir numa coisa muito simples: sabendo francês, sempre me senti um pouco mais feliz na vida. Uma delas foi ouvir, recentemente, do garçom de um bistrô; "Monsieur, vous êtes du quartier?" (O senhor é do bairro?) Que, como Eros Grau diz em um livrinho delicioso sobre Paris, é um sinal de que você está sendo aceito. Coisa nada fácil para um estrangeiro. Que volte o francês às escolas!


 
 
O Estado de São Paulo, 4 de novembro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Salvador, Capital Nacional do Livro



De 28 de outubro a 6 de novembro a capital dos bahianos recebe a atenção de todo o mercado livreiro nacional. Comemorando 10 edições, a Bienal do Livro da Bahia trará à Salvador grandes nomes da cena literária brasileira como Cristóvão Tezza, Fabrício Carpinejar, Nelson Mota, Cleise Mendes, Fernando Morais e Marcio Souza. 

A Livraria Francesa, mais uma vez, marca presença entre os bahianos.  Nosso stand está no número 28 da Rua E, próximo ao Auditório Jorge Amado, no Centro de Convenções da Bahia.

Nosso representante em Salvador Jadilson Xavier informa que o prazo para solicitar encomendas específicas para o evento soteropolitano termina no próximo dia 21. Em nosso kiosque apresentaremos uma ampla variedade de livros franceses, com descontos e formas de pagamento especiais.

"Nos últimos tempos o bahiano tem mostrado grande interesse pela cultura da língua francesa. Será um grande prazer, estarmos novamente presentes neste grande evento cultural do Nordeste.", afirma Jadilson. Ele estará a disposição de todos os visitantes de nosso stand, oferecendo o que há de melhor no mundo livreiro francês.




Livraria Francesa na 10a. Bienal do Livro - Bahia 2011
Centro de Convenções da Bahia
Av. Simon Bolívar, s/n - Salvador - BA
encomendas até o dia 21 de outubro: (11) 32314555 ou atendimento@livrariafrancesa.com.br 
  

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Est-ce à ou de ?


 
Ultimamente, tem crescido significativamente o número de professores de FLE que têm solicitado aos seus alunos, além do método principal de trabalho, da gramática de apoio e do guide de conjugaison, a obtenção de uma publicação específica da CLE International, surgida, desde seu lançamento em 2007, com a vocação de se tornar um referencial importantíssimo para a aprendizagem do idioma francês. Publicado dentro da coleção Précis, Les Verbes et leurs Prépositions - como mostra seu título - é um guia de preposições extremamente prático e concebido numa apresentação atrativa e objetiva. Para cada verbo, o guide mostra a preposição precisa para cada contexto e, através de uma frase exemplificativa, sua pronta aplicação. A organização do bouquin esteve a cargo de Jean-Michel Robert e Isabelle Chollet. Acesse o nosso site e confira esta dica com preço promocional.
 
 
 
Jean-Michel Robert * Isabelle Chollet
CLE International
 
 
 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Clés pour l´Oral



No último encontro dos professores de Francês realizado em nossa saudosa unidade da Vila Olímpia (quanta saudade!!!), Nathalie Populus, consultora da Hachette FLE, fez uma entusiasmada menção a um lançamento da célebre editora francesa intitulado Clés pour l´Oral. E, de fato, Nathalie não exagerava quando apresesentou a obra de Geneviève Calbris e Jacques Montredon aos profissionais presentes. Clés pour l´Oral : Gestes et Paroles dans l´Argumentation Conversationnelle é uma das melhores publicações didáticas do ano e, certamente, se tornará uma grande referência para o trabalho de formação de oficinas de compreensão e expressão orais em francês. Acesse o nosso site e confira a promoção de lançamento.






Clés pour l´Oral - B2/C1

coffret formado por DVD e Manual de Exploração Pedagógica

G. Calbris * J. Montredon

Hachette FLE


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Antoine de Baecque no Brasil





Antoine de Baecque, renomado crítico de cinema, roteirista e biógrafo de François Truffaut (com Serge Toubiana) e Jean-Luc Godard, a convite da Maison de France, vem ao Brasil para palestras em Salvador (28 de julho), São Paulo (2 de agosto) e Rio de Janeiro (8 de agosto), dentro dos eventos relacionados ao lançamento da versão brasileira de La Cinéphilie : Invention d´un Regard, Histoire d´une Culture (Hachette - coleção Pluriel).



Um dos maiores nomes da reflexão mundial sobre o cinema e a fotografia, de Baecque também é especialista na história cultural do século XVIII, tendo publicado trabalhos sobre a iconografia da Revolução Francesa e o Terror. O Publishnews traz todo o roteiro de Antoine de Baecque no Brasil. Para conferí-lo, clique aqui .